PASSAPORTE || Catedral de Sevilha


Bem pertinho do Alcázar de Sevilha, poderão encontrar a maior catedral de Espanha: a Catedral de Sevilha. O galardão pela sua enormidade não termina aqui; é também a 3ª maior do mundo — apenas perdendo para a Basílica de São Pedro, Vaticano, e Basílica da Nossa Senhora Aparecida, Brasil — e, a nível estilístico, a maior catedral gótica do mundo. Por isso mesmo, ser considerada Património da Humanidade pela UNESCO não parece surpreendente. Mas a sua história e todos os tesouros que guarda no seu interior são.



No lugar onde a Catedral foi edificada, existia uma mesquita (Mesquita Alfama de Sevilha) que, após a Reconquista, foi demolida para dar lugar à Catedral. Da sua construção e propósito originais pouco sobrou, mas podemos, ainda, testemunhar algumas heranças como o Portão do Perdão (cuja aparência original se mantém intacta até aos dias de hoje), o Pátio dos Naranjos (que, como o nome denúncia, está repleto de laranjeiras), alguns vitrais e a famosa Giralda.



Sofreu, à semelhança do Alcázar, danos ligeiros do terramoto de 1755 de Lisboa, e várias influências estilísticas que justificam a riqueza de detalhes, a decoração escultural de sonho e o espólio extraordinário que vai roubar algum do vosso tempo de visita. Esta é, aliás, a minha primeira dica: visitem a Catedral com tempo, dada a enormidade do espaço e a variedade de detalhes.


Um dos elementos protagonistas do interior da Catedral é, sem dúvida, o Retábulo Maior. É considerada uma das estruturas de madeira mais extraordinárias do seu tempo e é composto por mais de 200 figuras de santos. Um cenário imponente que deixa qualquer visitante de queixo caído, a par do enorme órgão — parecem ser vários mas, desde que estão conectados eletricamente, são considerados um só instrumento — e da cúpula do Salão Capitular.


Guardo as duas maiores relíquias da Catedral para o fim, a começar pela icónica torre Giralda que recorta o quente horizonte de Sevilha. Foi projetada para se assemelhar ao minarete da Mesquita de Koutoubia, em Marraquexe, e rapidamente inspirou réplicas ao redor do mundo, desde Badajoz até à cidade de Kansas, nos Estados Unidos. O seu nome deriva da estátua feminina de bronze, situada no topo da torre e que tem o nome de ‘Giraldillo’. No entanto, a Giralda também é conhecida como a Senhora de Sevilha.


No topo da torre têm acesso a uma belíssima vista de 360º sobre a cidade de Sevilha, algo a não perder. Se torcem o nariz pela possibilidade de subir escadas, nada temam: o acesso ao topo da torre é feito através de uma rampa por onde até cavalos chegaram a atravessar!


Por último, o polémico segundo ex-libris da Catedral é o túmulo de Cristóvão Colombo suportado por quatro figuras alegóricas que representam os quatro reinados que existiam no tempo do explorador: Castela, Aragão, Navarra e Leão — uma representação de alta notoriedade e simbolismo, uma vez que representa quatro reis (as maiores figuras de estado) a suportar um explorador. A transferência do túmulo de Cristóvão Colombo de Havana para Sevilha foi envolto em muita polémica, uma vez que o corpo foi sepultado em inúmeros lugares antes de finalizar a sua viagem, incluindo na República Dominicana, onde a nação garante que os restos mortais ainda lá estão. Porém, os testes de DNA comprovam a veracidade dos restos mortais de Cristóvão Colombo em Sevilha. Que reviravolta! 


A Catedral de Sevilha tem entrada gratuita para desempregados, visitantes portadores de deficiência e crianças até aos 14 anos. Para estudantes entre os 15 e 25 anos e visitantes com mais de 65 anos, o bilhete apresenta um custo reduzido.

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