EVENTOS || NOS Alive 2015

Mais uma edição à qual tive o maior prazer de ir e, à semelhança de 2014, só no primeiro dia, que para mim chegou e bastou. Pelas bandas todas novas que tinha para ver, para viver mais uma boa aventura e acontecimento com alguém que estimo mais que tudo. Houve direito a um Sol fantástico, a boa disposição, a uma boa organização da parte dos dois para conseguir usufruir ao máximo de tudo (inclusive a estratégia de ir à casa de banho e jantar fora das horas dos intervalos - e que ainda ninguém parece ter percebido), a visitar todo o recinto com calma e até a experimentar o palco comédia - onde tive a experiência de aparecer nos ecrãs principais duas vezes e MORRI de vergonha - sem deixar de passar nas barraquinhas que nos deram um prémio de uma viagem de barco (vamos a um concerto e saímos a ganhar ainda mais!). Ao contrário do ano passado, não "acampei" nas filas da frente assim que começou os concertos. A companhia também era diferente e o nosso dinamismo não era para funcionar sentados/em pé nas filas da frente e também porque queríamos ver alguns artistas noutros palcos e isso não ia dar jeito nenhum. E também por essa razão não tirei fotografias tão fabulosas como as que consegui fazer no ano passado (e que para elas ainda hoje me babo) e fiquei consideravelmente mais afastada do palco. Still, a experiência foi igualmente maravilhosa!

Foto de Arlindo Camacho

James Bay: É um amor, uma ternura, a voz com a fórmula de tom certa para apaixonar qualquer pessoa. Tanto eu como o Diogo somos fãs dele e, por isso, foi o concerto que dividimos a cantar as músicas e a saber as letras de cor e a saborear o pôr-do-Sol, o ambiente fantástico, o sorriso encantador e as próprias músicas, claro! Com uma interacção intimista e que, por isso mesmo, achei um erro fatal meterem num palco principal. James Bay não é para palco principal, onde ninguém conhece as músicas e onde eu tive a oportunidade de ouvir esta poeta, ao meu lado, quando começou Hold Back The River (a última da setlist): "Finalmente, estava a ver que ele nunca mais a cantava, paguei 50 euros para ouvir esta música". Auch!

Metronomy: Decidimos jantar ao som de Metronomy, que é quase incongruente porque Metronomy não se ouve de outra forma que não a abanar o capacete, por isso lá despachámos os kebabs assim meio que em mudança de velocidade 6 e curtimos do som tipicamente estranho, giro que se farta e cool, típico da banda. Acho que tinham um estilo muito mais próprio para palco principal do que secundário, até. São tão animados e puxam tanto pelo público!!!

Foto de Arlindo Camacho

alt-J: Era o mais aguardado, por mim. Em 2013 senti facadas no coração por não os ter visto, que foi precisamente o que eu contei ao meu namorado, em Janeiro, e precisamente o que lhe motivou a arranjar um bilhete para esse dia para mim. As luzes estavam a começar a jogar e eu já sentia o coração acelerado, as músicas a começar a tocar e eu alvoraçada, as letras a sair dos meus lábios quase que instintivamente, até mesmo as partes instrumentais. Sim, eu estive no meio do público a abanar a cabeça como se estivesse no meu quarto e a fingir que tinha baterias nas minhas mãos e estive pouco ralada. Adorei, na Tessellate, quando eles na música fazem inspiração e toda a gente à minha volta fez o mesmo, ficou um efeito tão giro! Estava já a fazer um pequeno beicinho e a virar-me para o Diogo a dizer que eles talvez não fossem tocar a Nara, quando ouvi os acordes e quase fiquei sem ar. Foi um momento tão especial, cantar-lhe a música teve um enorme significado para mim. Vou guardar esse momento para sempre!

O que não foi tão especial, é o aspecto geral que tiro de terem colocado uma banda com uma sonoridade tão específica como alt-J num palco principal antes de Muse. Não aprenderam com o falhanço de Interpol na véspera de AM, no ano passado? Ainda não perceberam que as pessoas não sabem estar em festivais e não têm o mínimo de respeito musical? Que jogada amadora. Primeiro porque a sonoridade era péssima (e para quem não se queria aproximar muito do palco, foi o que tivemos de fazer mais tarde) e depois porque alt-J é alternativo, com um som estranho e que não é fácil de gostar. É banda de palco secundário porque só lá vai quem quer mesmo vê-los e não porque estão a plantar-se para ver Muse e não reagem ao concerto. Condenam a banda pela falta de interacção com o público (coisa que a mim não me faz assim tanta confusão, condenaram no ano passado os AM pela mesma coisa mas sinceramente eu borrifo de longe para isso a não ser que seja Coldplay. De resto só quero que toquem as músicas e que me deixem cantar com eles) mas alguma vez alguma banda vai puxar por um público que não dá a mínima por eles? O mesmo aconteceu com Interpol, pessoas sentadas, caras trancadas, sentimento de aborrecimento. Mas o pior é as pessoas conversarem aos berros e a guinchar quando estava a tentar ouvir o concerto. O meu namorado não é fã de alt-J. Tudo bem. Ele foi vê-los porque eu gosto mesmo, de coração, e claro que me deu esse presente. Não sabia nenhuma música deles e até encontrou uns amigos na zona onde estávamos e conversou com eles. Mas eu nem dei por eles conversarem. Respeitaram que estava à volta a curtir o som deles. Boa, porreiro. Mas estava à minha frente um grupo de miúdas altamente histéricas aos berros a falar. E as pessoas esquecem-se que não estão sozinhas a ver isto, que há pessoas que realmente querem ver a banda que toca. Querem conversar? Tudo bem, mas não o façam aos berros, não estraguem. A tal ponto que o Diogo concordou comigo que devíamos sair daquele sítio e ir um pouco mais para a frente. Nem eu me conseguia concentrar nas músicas que estavam a passar nem ele conseguia sequer ouvir o concerto e conhecer a banda. Porque gente aos berros irrita qualquer pessoa, seja ela ou não fã de quem está a tocar. E as pessoas são cada vez mais mal formadas e não sabem estar em festivais. 

Hugo Macedo

Muse: Foi o brinde da noite. Muse é para ver cá atrás e não à frente. Eu sei que parece uma ideia ridícula, mas eles são pessoas de show, verdadeiros senhores entretenimento e o espectáculo saboreado de um panorama mais geral foi absolutamente genial. Eu confesso que este novo álbum não me conquistou pelo estilo mais pesado (é verdade, eu não sou uma grande consumidora desse estilo mais potente) mas os outros álbuns tinha todos e cada vez que tocavam as músicas antigas eu cantava-as a potencia máxima (mesmo que não estivesse abafada de pessoas à minha volta). Foi um verdadeiro concerto que me fez as pernas darem as últimas e que me deixou sem pulmões de tanto abanar braços e gritar e cantar. Ah, e gravar snaps à minha querida amiga que não foi a tempo de comprar o bilhete e que é a banda favorita dela. Muitos e muitos snaps só para ela.

Por fim, volto a falar de algo que me desilude um bocado e que eu julgo ter sido isto que fez com que os concertos, modo geral, resultassem mal a não ser Muse: o contexto de cartaz. É certo que o objectivo é cativar todos os públicos mas alt-J, James Bay e Muse não estão nos mesmos elementos químicos. Eu não digo que não se possa ser fã dos três (porque eu sou a prova viva disso e, como eu, muitas mais haverão) mas não há cadência de espectáculo. Um festival devia ter como objectivo aquecer ambiente a cada artista que passa, deixar sempre o público pronto para mais energia até à cabeça de cartaz. Mas com estilos tão diferentes, isso seria impossível. James Bay não aquece concertos, aquece-nos a alma. alt-J não é para começar aos pulos e a querer partir guitarras, é para fechar os olhos e seguir a cabeça ao ritmo da batida. Como é que um público se prepara assim para Muse? A resposta é: não prepara. As pessoas simplesmente correm para acampar para ver Muse e fazem cara de caso nos restantes artistas. "alt-J, que é isto? Do pior, que aborrecido, quero é Muse!", "James Bay? Ah, o gajo do rio. Não conheço mais" foi o que me fartei de ouvir durante todo o festival e isto não faz sentido. Não faz sentido pagar 50 euros por um artista em festival e desrespeitar artistas e os seus fãs e não faz sentido um cartaz que fala do Porto, depois passa para Faro e termina com a Afeganistão. Não há sensação de harmonia de público e só dá janela de oportunidade a faltas de formação e falta de ambiente acolhedor típico de concerto em que o público está todo em sintonia para o artista. Espero que seja para o próximo ano que os cartazes começam a fazer sentido em todo o alinhamento. E se for preciso ir ao palco secundário curtir o som com mais centenas de pessoas que percebem, eu vou. O tamanho do palco não define o artista.

Mas eu gostei tanto... Isto são pormenores que pensamos quando começamos a falar mais pormenorizadamente num festival que me aqueceu a alma. As pernas já não podiam mais, fiquei rouca e cheia de sede, com bochechas rosadas e um cansaço tremendo mas ouvi todos estes artistas fantásticos e que adoro, finalmente cumpri um desejo musical de alguns anos e estava ao lado de uma pessoa hiper-mega-fantástica que me ia dando beijinhos, garrafas de água e comida sempre que necessário. Há melhor? Foi perfeito, no meu mundo! Até para o ano, Alive!

7 comentários

  1. Eu este ano ano acabei por não ir. O cartaz não cativou. :(

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  2. Adorava ver o James Bay ao vivo! É daqueles cantores que me pode surpreender ;)

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  3. Eu não fui mas já vi imagens e, realmente, é falta de respeito estar o público todo à frente sentado... Ao menos podiam mostrar mais interesse em conhecer os artistas que por lá passaram!

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  4. Era para ter ido, mas infelizmente não pude ir

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  5. Concordo plenamente com o que dizes acerca do alinhamento do cartaz. Adoro de coração alt-j, mas tenho noção de que não é a banda certa para estar no palco principal muito menos antes de muse. As pessoas cada vez mais têm menos respeito uns pelos outros, enfim. O importante é que mesmo com toda essa falta de respeito ainda conseguiste aproveitar o concerto :)

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  6. E eu continuo sem ir a um festival de música. Ando cá com uma sorte :(

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  7. Uns atrás de mim disseram: "Paguei 60euros para vir ver Muse." As pessoas têm uma falta de noção.
    Mas pronto, como já te disse, também adorei o dia e voltava a repetir, sem dúvida :)

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