PASSAPORTE || Em Edimburgo, a culpa é das estrelas


Em Edimburgo havia um centro de exposições completamente dedicado a ilusões do cérebro. Foi lá que vivi uma das experiências mais cómicas e mind fuck de sempre. Havia de tudo lá, desde figuras que te criavam ilusões para outras figuras, experiências científicas, quadros que, quando te punhas frente a frente ficavam a 3D (havia um de uma tarântula gigante e não vamos falar do berro que dei). Havia também um labirinto de espelhos, entre muitas outras coisas, mas a diversão alvo da experiência que vos disse ali em cima que vivi foi um túnel.

Estava num canto e era um túnel com uma ponte normalíssima de ferro, rendilhada no chão para vermos o que estava por debaixo dela. Estava envolta por um cilindro que tinha projectado uma espécie de estrelas, como se estivesses a ver o universo e as estrelas circulavam à volta do cilindro no sentido dos ponteiros do relógio. Se nos colocássemos à entrada ficávamos maravilhados porque parecia um túnel do tempo, algo que nos convidava a atravessar e a querer viver todo um mundo galáctico no interior. Era sedutor e fascinante. E isso fez com que não lesse a placa que explicava o objectivo do túnel, portanto, quando eles me disseram para ser a primeira a entrar não via, de todo, a malícia escondida naquele acto tão cavalheiro.

Assim que entrei dentro do túnel, aquilo começou a andar para o lado direito. A ponte estava a inclinar-se e tudo começava a rodar e eu, em pânico, agarrei-me imediatamente ao corrimão à espera que a ponte parasse. Mas não parava e quanto mais eu esperava, mais se inclinava e mais tonta me sentia. Num acto de reflexo, fechei imediatamente os olhos e encostei-me no canto da ponte para não embater contra o corrimão. E só aí tive concentração suficiente para perceber que todo o meu grupo ria. E para me aperceber também que, de olhos fechados, a ponte não se mexia. Lá abri os olhos e vi-os quase a chorar a rir e a ponte a andar outra vez. Voltei para trás (que nem foi muito, só dei um passo antes de aquilo tudo rodar) e finalmente percebi: as estrelas.

As estrelas rotativas no sentido dos ponteiros dão a ilusão ao teu cérebro de que tudo à tua volta roda e perdes o equilíbrio. Completamente, começas a andar para a direita e nem por sombras consegues equilibrar-te de forma a prevaleceres para a esquerda. Vês a ponte girar e sentes a necessidade inata de te agarrar, até porque as tuas próprias pernas estão a falhar. Quando vi de fora todos eles a entrar, fiquei parva a ver a figura, tudo direito e eles a andarem para o lado como se tivessem despejado 3 garrafas de vodka. É mesmo de chorar a rir e nem todos conseguiram atravessar a ponte. Mas eu quis, e de olhos abertos, portanto, arranjei balanço e estômago e atravessei aquilo em marcha o mais rápido que pude, e quanto mais andava, mais aquilo inclinava para o lado ao ponto de tropeçar nos meus próprios pés. Mas consegui chegar à outra ponta!

Foi das experiências de ilusão mais loucas que tive e mal posso esperar por um dia voltar a ver aquele túnel, era sensacional.

4 comentários

  1. ahahah ja estou a imaginar ahah

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  2. Não fazia ideia que algo assim existia!! Brutal! Sem duvida um sitio a procurar se lá for!! Adorei a tua historia! ^^

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  3. A Escócia é o meu país de sonho e isso deve ter sido brutal! Eu acho que não sairia daí viva x)

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  4. Fiquei com imensa vontade de ir lá :)

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